27.11.09

Da série: meus poemas preferidos

Oh estações, oh castelos!
Que alma é sem defeitos?

Eu estudei a alta magia
Do Amor, que nunca sacia.

Saúdo-te toda vez
Que canta o galo gaulês.

Ah! Não terei mais desejos:
Perdi a vida em gracejos.
Tomou-me corpo e alento,
E dispersou meus pensamentos.

Ó estações, ó castelos!

Quando tu partires, enfim
Nada restará de mim.

Ó estações, ó castelos!

JEAN-ATHUR RIMBAUD

4.11.09

As minhas horas

Tem horas em que são mil as coisas que quero
Noutras horas, apenas uma espero.
Há aquelas horas nas quais sou invencível
Mas também há quando me sinto desprezível.
Tenho horas de um transbordamento de ternura e amor
Mas também tenho aquelas de desprezo e rancor.
Tem horas que sou brilho nos olhos, fogo e ousadia
Tem horas que sou medo, temor e covardia.
Tem horas que, admirável, como mestre ensino
Em outras nada sou além de um menino.
Em certas horas sou belo, original e até atlético
Noutras horas incertas sorrio do meu jeito patético.

Quando me assombro ao perguntar como viver entre horas assim
Lembro-me que, ainda bem, algumas horas são bem mais que outras,
E então, ao menos agora, meu coração se aquieta em mim.
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