1.9.09

lucidez

As melhores coisas acontecem quando não esperamos. É a vida nos fazendo lembrar que o deslumbramento e o encanto, a surpresa e o espanto são tão necessários como o respirar.
As piores coisas acontecem quando mais as tememos. Mas nem todas, algumas só nos lembram que somos humanos e, embora especialíssimos, também estamos sujeito às leis, da gravidade, por exemplo, da relatividade, outro exemplo, do mercado, ainda outro.
Quando eu era pequeno queria ser bombeiro, me imaginava enfrentando o fogo e escalando prédios em chamas para salvar vidas. Depois, queria ser policial rodoviário; não sei bem por que. Depois... eu já estava grande demais para saber bem o que queria ser. Quanto mais crescemos menos sabemos, bem pequenos queremos ser isto e não aquilo. Depois crescemos e os desejos se multiplicam, a cobiça e a inveja entram no nosso mundo e já não sabemos de nada, exceto que queremos competir e vencer. Queremos dinheiro, sucesso e tudo o mais que podermos agarrar a fim de impressionar as pessoas certas (certas?).
Dizem que só recobramos a lucidez, que tínhamos quando crianças, depois, bem depois...
Só então nos lembramos que as melhores coisas da vida acontecem quando não esperamos, acontecem assim, simples como o desejo de uma criança. Percebemos que mesmo as piores coisas são um sopro de lucidez que também faz lembrar que o encanto e o espanto não podem se perder.
Estou buscando a minha lucidez de outrora, ela tem a aparência de um velho navegante atravessando um revolto rio.

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